1. |
O amor é sujo
03:20
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O amor é uma aranha de longas patas fletidas
Que passeia gentilmente sobre as costas brancas de
Belas adormecidas
O amor é um facto, o amor é uma ideia
Muito provável, mas impraticavel pra quem
Ame uma sereia
O amor é uma autoestrada, são vidros bem fechados,
Um hotel que passa, e um hotel que passa e
lábios calados
O amor é um rádio ligado, numa musica de Jah
São tardes ao sol e
Colherzinhas de chá
O amor é sujo e não me deixa dormir
Tem o cheiro de quem frita batatas
Trabalha à noite num sitio duvidoso
E é kinky se usa gravatas
O amor esconde-se e estranha-se e espera lá fora
Ameaça como a mira de uma enorme pistola
Eles estranham e elas entranham
Baralham dão cartas por mãos que se venham
E que me interessa a mim que ele arda sem se ver
Eu quero é que ele continue a arder
O amor é sujo e não me deixa dormir
Tem o cheiro de quem frita batatas
Trabalha à noite num sitio duvidoso
E é kinky se usa gravatas
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2. |
Chocolate
03:04
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Ele olha p’ra mim, como quem vê chocolate
e faz assim: nham nham nham nham huuuuuuum...
E eu fico assim, já nem sei explicar, já me sinto a flutuar...
Já deitei tudo ao chão.
É que às vezes, as vezes são treze, que azar!
Será que ele vai achar, que eu sou desastrada?
Ai eu sou desastrada!
Já deitei tudo ao chão.
Mas ai, porque é que tudo cai?
Quando ele vem, deus sabe que tudo cai!
Cai a fala a mala no chão,
O céu como uma bala
A noite não embala
O verde é magenta
O mar é uma tormenta
E eu... já deitei tudo ao chão.
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3. |
Vanessa
04:16
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Esse ar de Barbie Glam
Não tem Ken que convença
Não queres amor pra sempre
Vives mais numa de avença
Tens a pele esfoliada
Rabo lipoaspirado
E o direito divino
A um Cristiano Ronaldo
Vanessa, quero comer-te crua
Estou farto de gosto a sabão
Não dormes com homens feios
Mas hoje vais abrir uma excepção
Tens vergonha de ser filha
Da Maria Albertina
De ter sido feliz
A descascar tangerina
Mais pareces do tempo
Em que o rei era o Flack
E a tua cara é igual
Ao catálogo da Robialac
Vanessa, quero comer-te crua
Estou farto do gosto a sabão
Não dormes com homens feios
Mas hoje vais abrir uma excepção
Vanessa, quero comer-te crua
Estou farto do gosto a sabão
Danças na pista com o ego na mão
Controlas o povo com um movimento
Se queimas soutiens cai-te o argumento
Mas essa conversa pra mim é em vão...
Não dormes com homens feios, mas hoje vais abrir uma excepção
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4. |
Balada de Jack and Jane
03:55
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Oh Jane, estou em fogo
Estou em fogo por ti
Eu normalmente não ardo
Sou naturalmente cool
Mas por ti eu ardo
Oh deus eu ardo por ti, oh tea
Oh Jack, estou em fogo
Estou em fogo por ti
Eu normalmente não ardo
Sou naturalmente cool
Mas por ti eu ardo
Oh deus eu ardo por ti, oh tea
Do Texas ao Colorado
Vai um grande oleoduto
Sobre o Deserto Navarro explode
Crude, branco e bruto
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5. |
Comove-me
03:34
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Se vieres, é bom que chegues em sonhos
Ou então no Inverno como um banco de nevoeiro
Que sejas ténue, discutível que existas
Trespassável pela luz e mal falar consigas
Que dances para que se faça chuva
E que a chuva leve esta cidade
Este lar e esta jaula desta humanidade
Comove-me
Leva me às lagrimas
Rasga-me a pele, arranca-me a carne
E ao acordarmos, na primeira manhã do mundo
Dinossauros voando sobre as nossas ruínas
Esquecidos, do nome de tudo
Arranhando nas rochas estampas finas
Com mãos e pés só pra nos dois
Mãos e pés só de nós dois
Frio, fome, sorte ou morte
Comove-me
Leva me às lagrimas
Rasga-me a pele, arranca-me a carne
Comove-me...
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6. |
Um rapaz chamado Gina
03:55
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Deus quer limpar-nos as almas
Deus quer cobrir-nos de palmas
Deus quer lavar-nos os pés... lavar-nos os pés...
lavar-nos os pés...
Eu tenho andado um farrapo
Tenho bebido e fumado
Mais este cheiro a sovaco que nunca me pareceu meu
Estou farto de tanto pêlo
Gosto de ti que me pélo
Vou transformar-me naquilo que eu acho ser eu
Gina se o teu nome e o meu
Se o meu nome e o teu
Forem viver os dois...
Não sei se tu ainda o tens
Mas se a gente se vem
Somos ginas a dois...
Ninguém imagina
Que simplesmente Gina
Um mais um é sempre igual a dois...
E se o amor é coisa fina
Eu visto Gucci e Gina
Vamos jantar uns camarões...
O amor é cego
E eu sou sou sincera
Disso não vais duvidar...
Meti no prego
O meu próprio prego
Mas não a vontade de amar
Sou um rapaz,
Sou um rapaz chamado gina e gosto de
E gosto de uma menina
De olhos grandes
De olhos grandes como aquários
Intercontinentais...
Deus quer limpar-nos as almas
Deus quer cobrir-nos de palmas
Deus quer lavar-nos os pés...
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7. |
Rita
03:31
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Rita ò Rita
Todo o homem português, deveria
namorar contigo um mês
Em serviço, ao exército sentimental nacional
Cavar trincheiras
Ficar duro ao beijar
As quinas das bandeiras
Dormir sobre o frio colmo e amar-te via síndrome de Estocolmo
Em Setembro em Monsanto
No jantar de agrupamento
Toda a gente, toda a gente, toda a gente,
Lembra-se de ti
Há lá melhor momento
Que um jantar de camaradas
Vinho, risos e presunto
E o silêncio....
Cavar trincheiras
Ficar duro ao beijar
As quinas das bandeiras
Dormir sobre o frio colmo e amar-te via síndrome de Estocolmo
Mas este não é o mundo dos porquês
Só se vai à tropa uma vez
O Costa, o Tavares e o Orelha Transmontano
Esperam que sejas feliz
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8. |
Esquerda Caviar
04:22
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Esconde bem a risada
À entrada do congresso
Se um velho canastrão
Chamar-te camarada
Afinal de contas tu sabes
Tens o mapa pro futuro
E até tens pena
Que a esquerda tenha caído com o muro
Acha normal
Que na tomada de posse
Todos os ministers
Se conheçam do Liceu Camões
Mas mesmo assim atitude
No teu primeiro discurso
Promete educação
Pra todos sem excepção
És esquerda... caviar
Looking good now
Esquerda... caviar
Dressing good now
Don't tell me about no revolution
I’d rather live among pollution
That have dirt on my suit
Se o puto da sopeira
Morrer de papeira
Porque o plano nacional
Não cobre filhos da mãe solteira
Fica muito triste
Afinal ainda ás humano
Mas de pulso em riste afirma
'A culpa e do Tony Soprano'
É que tu até gostavas
Que os ricos tributassem
Mas a vida é real
E quem vive no ideal morre
Tu és um sobrevivente
És judaico-cristao
Por isso o pouco que faças
É um avanço pra nação
És esquerda caviar
Looking good now
Esquerda caviar
Dressing good now
Don’ tell me about no revolution
I’d rather live among pollution
That have dirt on my suit
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9. |
Alice devagar
02:36
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Era Alice, chamava-se assim
Conhecida por fazer
Tudo devagar
Devagarinho devagar
Devagarinho devagar
Ao acordar espreguiçava-se devagar
Vestia o vestido devagar
Ia para a escola e corria devagar
E nas aulas, lia, e respondia
Devagar...
Devagar devagarinho
Devagar devagarinho
Devagar...
Na hora de almoçar
Mastigava devagar
Escovava os dentes devagar
Acreditava que sim
Que se fizesse sempre assim
Viveria, e o tempo não passaria
Devagar devagarinho
Devagar devagarinho
Devagar...
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10. |
Anos leves
02:24
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Anos leves
O céu é verde e grão de filme
Todos os corpos são celestes
Os meninos são todos maus
Anos leves
O Baal de Brecht e anarquia
A mais histérica alegria
O peso e o riso
Anos leves
Senão breves como seriam
Senão breves como seriam
Senão breves...
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Punk d'Amour Lisbon, Portugal
Toda a nudez será perdoada
Gravado e misturado por Filipe Ferraz na Casa Amarela da
Montanha e na Casa do Cacto (Ponta do Sol), na Rua Carlos Reis e na Upbeat Studios (Lisboa).
Autores: Filipe Ferraz, Mariana Camacho, Bruno Vitor
Fotografia: Rui Camacho
Ilustração: Diogo Freitas
Produzido por Filipe Ferraz
Masterizado por Nick Burchall (Audio Animals)
Wamãe 2015
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